
Após a aprovação da Lei de IA da Califórnia, Nova York se prepara para regulamentar a inteligência artificial em nível estadual com a proposta Responsible AI Safety and Education Act (RAISE Act).
O Projeto de Lei de IA de Nova York: RAISE Act estabelece obrigações de transparência, testes de segurança e reporte de incidentes para os maiores provedores de modelos de IA. A lei se aplica a “desenvolvedores de grande porte” (“large developers”) que treinaram pelo menos um modelo de IA de fronteira (“frontier model”) e gastaram mais de US$ 100 milhões em custos de computação agregados — um critério distinto do modelo californiano, que se baseia em empresas com receita anual superior a US$ 500 milhões.
Principais obrigações
Entre as exigências da lei, destacam-se:
- Implementar um protocolo escrito de segurança e proteções (safety & security protocol).
- Registrar e reter informações detalhadas sobre os testes realizados.
- Implementar salvaguardas adequadas para prevenir riscos de dano crítico.
A lei proíbe a implantação de um modelo que crie risco não razoável de dano crítico, definido como:
- Morte ou ferimento grave de 100 ou mais pessoas, ou
- Danos financeiros ou materiais superiores a US$ 1 bilhão, causados ou facilitados pelo uso, armazenamento ou liberação do modelo.
Relato de incidentes
O desenvolvedor deve reportar cada incidente de segurança em até 72 horas após tomar conhecimento. Exemplos de incidentes incluem:
- Modelo agindo autonomamente sem solicitação de usuário;
- Roubo, uso indevido, liberação inadvertida, acesso não autorizado ou “escape” dos pesos do modelo;
- Falhas críticas em controles técnicos ou administrativos;
- Uso não autorizado do modelo.
Penalidades
A lei prevê penalidades civis de até US$ 10 milhões para a primeira violação e US$ 30 milhões para violações subsequentes.
Objetivo e contexto
Segundo a justificativa oficial, o RAISE Act busca definir proteções e procedimentos razoáveis que, se implementados corretamente, reduzam de forma eficaz o risco de danos críticos decorrentes do uso da IA.
Reportagens citam que a iniciativa enfrenta resistência, com lobby intenso e campanhas em redes sociais, mas conta com apoio de grupos trabalhistas, startups, investidores e especialistas em IA. Pesquisas indicam que 84% dos nova-iorquinos apoiam a legislação.
Se quiser se aprofundar, já discutimos anteriormente como funciona a regulação de IA nos EUA e os desafios da proliferação de leis estaduais sobre inteligência artificial.



